Artroplastia de revisão do quadril

As principais indicações são instabilidade, desgaste dos componentes e infecção.

A instabilidade é caracterizada por casos em que houve mais de três episódios de luxação da prótese, em que é necessário que o cirurgião realize manobras ou mesmo outra cirurgia para reduzir a prótese (colocá-la de novo no lugar). A causa de instabilidade pode ser pela fraqueza e insuficiência da musculatura do quadril ou inadequado posicionamento dos implantes da prótese.

O desgaste dos componentes ao longo dos anos pode liberar substâncias que provocam inflamação dos tecidos ao redor da prótese e dor. Geralmente é uma complicação tardia, que ocorre muitos anos após a artroplastia total do quadril primária.

A infecção da prótese é uma complicação rara, mas temida pelos pacientes. A revisão de artroplastia total de quadril nesses casos precisa ser acompanhada de uso de antibióticos por período prolongado. Em casos graves, refratários ao tratamento, a retirada de toda a prótese, sem substituição por outra, pode ser indicada.

Por serem procedimentos mais complexos do que a artroplastia total primária, a recuperação nos casos de revisão pode ser diferente.

Nos casos de instabilidade ou desgaste, sem infecção, o protocolo é individualizado quanto à liberação de apoio e de mobilidade, podendo haver mais restrições sugeridas pelo cirurgião do que numa artroplastia total primária.

Nos casos de infecção, é importante ter o auxílio de um médico infectologista para direcionar o tratamento. Quando há identificação do germe que causou a infecção, será definido qual o antibiótico e qual o tempo estimado para combater a infecção. Como alguns antibióticos só podem ser administrados por via endovenosa, eventualmente o tratamento requer uma hospitalização prolongada.

Os implantes utilizados em cirurgias de revisão de prótese de quadril costumam ser um pouco diferentes. Nos casos de revisão do componente acetabular, implantes não cimentados com mais orifícios para colocação de parafusos, cunhas de metal trabeculado para preencher defeitos no acetábulo e anéis de reforço podem ser utilizados.

Na revisão do fêmur, podem ser utilizadas hastes cimentadas longas e hastes não cimentadas que se fixam à região mais diafisária e distal do fêmur. Existem opções modulares (em blocos) que ajudam o cirurgião a corrigir o comprimento do membro, rotações e anteversão do colo femoral. As próteses modulares, por terem uma maior gama de opções, são interessantes para se restabelecer a estabilidade do quadril.