Fratura da diáfise do fêmur
O fêmur é o maior e mais pesado osso humano. Chamamos de diáfise a porção alongada compreendida entre a parte proximal (abaixo do pequeno trocanter) e distal (acima dos côndilos femorais). Para que ocorra a fratura do maior osso do corpo humano, são necessárias forças de alta energia em pacientes saudáveis. Em ossos osteoporóticos ou com presença de tumores, as fraturas podem ocorrer com traumas de baixa energia.
Devido aos grupos musculares que envolvem o fêmur, é raro haver fraturas expostas.
Diagnóstico
Na maior parte das vezes, o paciente dá entrada no hospital após algum acidente de carro, atropelamento, queda de altura ou queda de bicicleta. Geralmente a deformidade na coxa é evidente. Pode haver queda da pressão arterial e taquicardia quando o sangramento pela fratura é volumoso.
O exame inicial é o raio X. Exames complementares raramente são necessários para a fratura em si, mas podem ser solicitados na avaliação complementar de outras regiões do corpo, como tórax e abdome.
Tratamento
Em adultos, o tratamento é eminentemente cirúrgico. Na urgência pode ser indicado a colocação de fixador externo ou tração esquelética quando não há possibilidade de se realizar o tratamento definitivo.
O tratamento pode variar de acordo com a preferência do cirurgião, materiais disponíveis no local e traço da fratura. Hastes intramedulares podem ser inseridas tanto pelo quadril (topo do grande trocanter) quanto pelo joelho (as chamadas hastes retrógradas). O uso de placa e parafusos também pode ser uma boa opção, especialmente em pacientes que possuem o canal medular muito estreito.
Recuperação pós-operatória
Após a fixação da fratura da diáfise do fêmur, o paciente já é incentivado a mobilizar o quadril e o joelho, a sentar no leito e a deambular com auxílio de muletas ou andador. A liberação de apoio no membro operado dependerá do tipo de implante utilizado e da orientação do cirurgião.
Complicações
Geralmente o tratamento bem executado pode trazer excelentes resultados e reabilitação completa do paciente, sem necessidade de nova cirurgia para remover os implantes utilizados. A fratura do fêmur preocupa quanto à possibilidade de hemorragia que pode ser proveniente do próprio osso, de lesões vasculares associadas e do procedimento cirúrgico. Os riscos de trombose e tromboembolismo pulmonar também fazem com que atente à prevenção desses eventos através de medicações anticoagulantes quando possível e de mobilização precoce.
A demora na consolidação ou sua ausência (pseudoartrose) são diagnosticadas após 12 meses da fratura e podem requerer tratamento cirúrgico adicional.