Fratura do Pelve
As fraturas da pelve compreendem aquelas que acometem o sacro, o íleo, o púbis e o ísquio. A coluna sacral se articula com os ossos da bacia posteriormente, estes se encontram na sínfise púbica, como se fosse um anel. Além dos ossos que compõem a pelve, a integridade dos seus ligamentos são fundamentais para manter a estabilidade.
As fraturas podem ocorrer desde quedas dentro de casa, como em acidentes automobilísticos, queda de cavalo, queda de altura ou atropelamentos.
A gravidade da fratura varia de acordo com a energia cinética empregada no trauma.
Tipos de fratura
Existem alguns métodos de classificação dessa fratura para facilitar o entendimento dos ortopedistas e definir o melhor tratamento.
Para a compreensão dos pacientes, é mais importante diferenciar uma fratura estável de uma instável.
Nas estáveis não será necessário realizar cirurgia ou restringir a mobilidade. São os casos de fraturas unilaterais dos ramos iliopúbicos ou da asa do ilíaco. Apesar de provocarem dor até a consolidação, apresentam excelente prognóstico.
As fraturas instáveis, são aquelas em que haverá necessidade de cirurgia para restabelecer a função da pelve.
Tratamento de urgência
Fraturas em que ocorre grande abertura da sínfise púbica, hemorragia, queda na pressão arterial, instabilidade da articulação sacroilíaca, pode ser necessário tratamento de urgência com uso de fixador externo ou uso de um lençol para manter a pelve estabilizada até o tratamento definitivo.
Tratamento cirúrgico
Assim como a colocação de fixador externo pode ser o tratamento de urgência, existem casos em que ele também é uma boa alternativa para tratamento definitivo de lesões na sínfise púbica. Entretanto, existe uma tendência em se realizar o tratamento cirúrgico com placas e parafusos, sem deixar fixador externo, para facilitar a mobilização do paciente, proporcionar conforto e corrigir desalinhamentos que o fixador isoladamente não foi capaz de resolver.
Cirurgia minimamente invasiva
A realização de cirurgias minimamente invasivas tem sido cada vez mais estudada, por lançar mão de incisões menores, menor risco de sangramento, e trazer bons resultados quando bem executadas. São cirurgias que demandam expertise do cirurgião de trauma ou de quadril para que se atinja o resultado esperado. Exemplos de fraturas que podem ser tratadas com cirurgia minimamente invasiva são as fraturas de ramos iliopúbicos, fratura do sacro e luxação iliosacral.
Pós-operatório
As orientações de cada paciente serão individualizadas para a fratura em questão e o método de fixação utilizado. Em geral, a consolidação de fraturas da pelve pode levar mais de 3 meses para ocorrer. É comum que o paciente que sofreu uma fratura grave necessite ficar restrito ao leito e uso de cadeira de rodas por várias semanas.
Complicações
Para fraturas estáveis, o tratamento conservador atinge excelentes resultados, podendo o paciente retomar suas atividades após a consolidação da fratura.
Nas fraturas instáveis, existem os riscos inerentes à cirurgia (infecção de ferida operatória, trombose venosa profunda, tromboembolismo pulmonar, sangramento). Os riscos tardios incluem dor crônica, diminuição do nível de atividade comparado a antes de a fratura ocorrer, quebra de placa e parafusos, necessidade de remoção dos implantes ou nova cirurgia para corrigir desvios residuais.